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Academia de Genebra: uma escola de missões

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 Estamos encerrando as comemorações do mês de missões na IPB, mas ainda temos muito trabalho a ser realizado. Vamos conhecer um pouco mais da história da Academia de Genebra, criado por Calvino, e como essa instituição contribuiu para a evangelização de diversos países.


A Academia de Genebra serviu tanto para a formação de ministros, como para o envio de missionários, e além disso, influenciou expedições e trabalhos missionários em países como França, Holanda, Inglaterra, Escócia, Itália, e até mesmo o Brasil colônia.

Segundo o Rev. Herminster Maia, a Academia de Genebra se tornou um grande centro missionário, uma "escola de missões", onde foragidos se instalavam e podiam aprender e viver o Evangelho, e então voltavam para os seus países no intuito de consolidar as verdades aprendidas. A maioria dos comentários de Calvino consistiam "em sermões direcionados a alunos em treinamento para o trabalho missionário".





Vejamos alguns dos países cujas missões receberam contribuição da Academia de Genebra.


França: sua terra natal e país que tinha maior foco em seus esforços. Calvino possuía uma paixão intensa pela conversão da França à fé reformada. Ele mesmo treinou e enviou missionários durante o período de 1555 e 1562. Há fortes indícios que só em 1561 foram enviados pelo menos 142 missionários, ainda que muitos nomes tivessem que estar ocultados ou trocados devido a perseguições. O próprio Calvino trocava correspondência com os reis de seu país, inclusive chamando o Rei Francisco I à fé protestante

Holanda: Em 1544, Calvino enviou seu primeiro missionário reformado à Holanda. Com um início difícil, incluindo martírio e poucas conversões, as missões calvinistas foram avançando. Em 1559, Guy de Bray (ou Guido de Brès) que já tinha se encontrado com Calvino em terras alemãs, publicou a Confissão Belga que se tornou fundação para a Igreja Reformada da Holanda.

Inglaterra: Durante o reinado de Eduardo VI, a fé reformada conseguiu crescer nas terras anglicanas. Todavia após sua morte e sucessão de Maria I, a sanguinária, Genebra acabou recebendo vários exilados, incluindo John Knox.

Escócia: Calvino se preocupou com a expansão da fé evangélica e reformada neste país. Seu principal missionário e fomentador de ministério era John Knox. Em 1560, o parlamento escocês subscreveu a primeira confissão de fé calvinista em seu país.

Polônia: Calvino possuía boa relação com o rei Sigismund Augustus da Polônia, o qual dedicou seu comentário de Hebreus. A ele escreveu:

"Vós tendes um reino que é extenso e renomado, e o qual desfruta de muitas glórias; sua felicidade porém só terá um firme fundamento, a saber, se ele tiver Cristo como seu supremo Governante, de sorte que seja defendido por sua lealdade e proteção. Submeter-lhe vosso cetro não inconsistente com a elevada condição em que fostes estabelecido, pois esse será um triunfo muito mais glorioso do que todos os triunfos terrenos"

Sob influência de Calvino e seus pensamentos, Jan Laski iniciou uma campanha de evangelismo na Polônia tendo um bom progresso inicial. Todavia, após a morte de Calvino e Laski, o calvinismo caiu em declínio no país.

Hungria: A influência reformada e calvinista na Hungria cresceu durante uma guerra civil de disputa ao trono. Nobres aceitaram o protestantismo e começaram a construir igrejas, escolas e instaurar ministros protestantes em seus domínios. Por volta de 1557 e 1558, um sínodo foi estabelecido criando a Confissão Húngara de cunho calvinista. Logo mais adotaram também o Catecismo de Heidelberg e a Segunda Confissão Helvética. Mesmo atravessando perseguições a Igreja Reformada e Protestante mantém sua marca no país até hoje.

Brasil: A história bem conhecida envolvendo Calvino e o Brasil se deu na "França Antártica" (onde hoje se encontra o estado do Rio de Janeiro). A recém-fundada colônia, liderada por Villagagnon pediu à Igreja de Genebra suporte em seu trabalho. Prontamente foi enviada uma equipe com dois pastores, Pierre Richier e Guillaume Chartier.

Com o primeiro culto, celebração da Ceia e uma rotina eclesiástica estabelecida, Villagagnon mudou de posição devido à corte francesa e à igreja romana terem intensificado a perseguição aos protestantes. A equipe de missionários foi expulsa da colônia e tiveram que retornar para Genebra. Ainda assim, um grupo de cinco homens permaneceram nas terras brasileiras. Estes foram acolhidos, mas em seguida presos por Villagagnon e forçados a escrever uma confissão de fé, que ficou conhecida como a "Confissão de Fé de Guanabara", mostrando sua fé reformada. Devido a isso, três dos cinco homens foram executados.

Vemos, assim, como a compreensão do mandato missionário conduziu esses irmãos do passado a ponto de os impelir a pregar o evangelho em diversos locais, buscando levar a luz da salvação para os povos que jaziam em trevas. Que o Senhor nos dê essa mesma compreensão e ânimo hoje!

Autor: Lucas Ferrari Corrêa


Fontes:
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2020/01/5-O-Brasil-na-correspond%C3%AAncia-de-Calvino-Frans-Leonard-Schalkwijk.pdf
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/calvino_missoes_scott.htm
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2019/02/3_A_Consciencia_Missionaria_de_Joao_Calvino_Antonio_Barro.pdf
https://ccel.org/ccel/c/calvin/calcom28/cache/calcom28.pdf
• Herminster Maia - João Calvino 500 anos: Introdução ao seu pensamento e obra
• Série comentários bíblicos João Calvino - Editora Fiel 

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