Assim, pois, irmãos, fiquem firmes e guardem as tradições
que lhes foram ensinadas, seja por palavra, seja por carta nossa. (2Ts 2.15)
Hoje pela manhã, a primeira mensagem lida no celular foi essa: "Bom dia, meu irmão. Tudo bem? Você podia por favor me passar os links pra baixar os catecismos maior, menor e a Confissão de Westminster?". Este é o último texto desta nossa série sobre confessionalidade (se ainda não leu os outros quatro, é só acessar os links aqui, aqui, aqui e aqui). E hoje quero encerrar a série contando uma história. Ela é bem pessoal, mas não é nem um pouco exclusiva.
Enquanto escrevo, a cabeça vez ou outra traz flashes da excelente série "The Bear", que estou assistindo com minha esposa compulsivamente. É, dentre outras coisas, uma história familiar. Como tantas histórias familiares, é uma história de pertencimento. Qual seu lugar no mundo? Onde você se encaixa? Quem é você?
Dias atrás, completei 9 anos de presbiterianismo. Faço parte da enxurrada de jovens (bom, pelo menos eu era um jovem há 9 anos) que adentraram igrejas históricas na recente redescoberta da fé reformada no Brasil. Ninguém é melhor por estar em uma igreja histórica, reformada, presbiteriana (às vezes esquecemos disso). Mas uma das coisas que encantavam os recém-chegados como eu era, claro, a base teológica sólida ensinada e repetida semanalmente e o lastro histórico.
Eu não demorei a me sentir em casa na querida Igreja Presbiteriana! Calma. Eu não acho que "presbiteriano" ou "IPB" sejam as respostas para as perguntas acima (pensou só? "Eu sou a IPB". Dá até calafrios!). Eu sou um filho de Deus, salvo por Jesus Cristo, habitado pelo Espírito, liberto da minha miséria para uma viva e gloriosa esperança. Eu sou um cristão. Essa é minha identidade; essa é nossa identidade. Mesmo assim, quando eu me torno íntimo de um irmão em Cristo, passo a saber quem são seus pais, amigos, hobbies etc. Pois isso faz parte de sua história. Ser presbiteriano não é nossa identidade. Mas, pelo menos no meu caso, não é algo pequeno da minha história, de quem eu sou.
Não demora muito na nova família para se perceber a herança valiosa espalhada e esquecida por lugares obscuros da casa. Em que nós cremos? Nós não sabemos bem. Sabemos, no melhor dos casos, o básico do básico. E glórias a Deus por isso. Mas é pouco. Quando Paulo diz aos tessalonicenses "Assim, pois, irmãos, fiquem firmes e guardem as tradições que lhes foram ensinadas, seja por palavra, seja por carta nossa", ele, obviamente, não estava falando dos Padrões de Westminster. Mas, ora, do que é que os Catecismos e a Confissão falam? Eu nunca esquecerei da minha reação ao ler o comentário dos Catecismos ao 9º Mandamento. É triste e inexplicável ser parte de uma história tão rica e desconhecê-la ou desdenhá-la.
Sou feliz e grato por ter o Senhor me colocado em um dos seus preciosos apriscos neste mundo. No céu, é verdade, não haverá denominações, graças a Deus. Enquanto esperamos a vinda de Cristo, podemos escolher qualquer boa igreja, centrada no evangelho, para servirmos e doarmos nossa vida. Tenho a impressão de que conhecer e estudar nossos Símbolos de Fé (os dois Catecismos e a Confissão) é uma das formas mais simples e importantes de fazer isso no nosso meio. Em outras palavras, "ninguém nos obriga a ser presbiterianos, mas se queremos sê-lo, sejamo-lo honradamente" (Rev. Boanerges Ribeiro).
- Misael Pulhes
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